Por MURILO OHL E RENATA AVEDIANI
A pesar de engraçado, o desenho que ilustra a página ao lado mais se assemelha a uma representação do inferno corporativo. É o chefe tentando puxar o tapete do colega de equipe; o gerente que quer dar um murro nas fuças da diretora, por não conseguir alinhar com ela as metas para o trimestre; o analista que, observando todo esse caos, não vê a hora de a sexta-feira chegar, para descer a serra rumo à praia; e a assistente que, diante de tudo isso, só pensa em procurar um emprego novo. Pois é, o desenho é um esboço do que pode vir a ser o seu dia-a-dia este ano. Estamos diante de uma das maiores crises econômicas da história. O impacto dela sobre as empresas ainda é incerto. Já o seu efeito sobre os nervos das pessoas é imediato. “A crise desperta o medo de perder o emprego e isso leva os profissionais a adotar atitudes defensivas”, diz o professor Joel Dutra, coordenador do Programa em Gestão de Pessoas, da Fundação Instituto de Administração, de São Paulo.
Mas não é só isso. Mudaram também as regras do jogo e aumentou a pressão sobre os altos executivos — vice-presidentes e diretores. Isso torna a cobrança maior nos níveis abaixo dos cartolas. As avaliações de desempenho, antes feitas de forma descontraída e até displicente, visto que os resultados eram quase sempre garantidos, agora ficam bem mais sérias. Daqui pra frente, é bom ser muito específico ao justificar uma meta não atingida. Diante desse quadro, os conflitos emergem com mais facilidade. “Perde-se a descontração e o escritório pode virar um barril de pólvora”, diz o professor Joel. Se deixar contaminar pela tensão que está no ar, pode ser uma terrível armadilha para a sua carreira.
As 20 situações mais desafiadoras no ambiente de trabalho
Chefe estressado
Colega competitivo
Assédio moral
Falta de espaço para dar idéias
Mudanças constantes
Excesso de rigidez
Colega que virou chefe
Promoção frustrada
Politicagem
Excesso de níveis hierárquicos
Chefe ausente
Falta de identificação com a empresa
Excesso de pressão
Inveja no trabalho
Colega folgado
Chefe tirano
Dificuldade de influenciar o chefe
Dificuldade de abordar o chefe
Dificuldade de manter a produtividade
Excesso de individualismo
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