SISPUL

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Entrevistada do mês: Presidenta do Sispul, Mônica Simões

Postado por O Jornal
01 de Abril de 2011
O JORNAL – O SISPUL sofreu recentemente mais uma derrota para o Poder público Municipal que foi a exclusão do desconto automático em Folha dos Servidores filiados ao Sindicato. O que você achou desta decisão da Prefeitura em proibir o desconto automático, mesmo autorizado pelo servidor?  

Mônica Simões – Não considero uma derrota e sim um ataque. É uma violação aos Direitos Sindicais e o Prefeito do nosso município sabe mais do que ninguém que vamos ganhar na justiça essa batalha, pois ele é uma pessoa inteligente e sabe que quando o desconto é devidamente autorizado pelo servidor ele não pode proibir está no artigo 8º da Constituição Federal a liberdade sindical. Ressalto ainda que o prefeito é Presidente da Associação Municipalista dos Prefeitos de Pernambuco (AMUPE), mas respeito a atitude dele. Em contrapartida os servidores tem se mostrado muito solidários, ou melhor, estão agindo com consciência porque mesmo assim estão indo pagar sua contribuição. É sempre assim toda vez que isso acontece, porque já é a segunda vez em nossa gestão a outra vez foi com o Prefeito Rômulo, os associados se aproximam mais do sindicato e nós temos muito a agradecer a eles, eu gosto sempre de ver os pontos positivos de uma situação ruim, esses ataques correspondem a nossa atuação, afinal de contas nós já estávamos chegando a 50% dos servidores efetivos associados, numa administração como a atual isso é um grande avanço, então todas as vezes que a administração exclui o desconto desestabiliza a entidade temos que recomeçar do zero isso é muito ruim, mas, temos conseguido agir com coerência e muita garra.

o Jornal – No último mês de fevereiro, os funcionários lotados na secretaria de Infra-estrutura e urbanismo do município, mais especificamente na limpeza urbana, conseguiram através do sindicato uma vitória na justiça que foi o ajuste da carga horária de trabalho, que volta a ser de 30 horas conforme o edital do concurso. De que maneira essa conquista pode servir para que o sindicato conquiste mais adeptos, já que por outro lado, a prefeitura claramente tentou jogar a população contra os garis com a mudança da coleta de lixo?

MÔNICA SIMÕES- Só pra deixar claro: no edital do concurso de 2009 eram 40 horas semanais a jornada de trabalho e na própria lei do município são 30 horas, então a justiça julgou que um edital não pode derrubar uma lei, até porque o edital já deveria ter se adequado conforme a lei. A vitória deve-se, exclusivamente, a eles porque mereceram. Prova clara que a união faz a força. Conseguiram além da carga horária o fardamento que muitas vezes foi protelado. Partimos de uma luta sofrida no Ministério Público e levamos o caso à imprensa, ( TV JORNAL) que por duas vezes esteve na cidade junto ao SISPUL. Fizemos o que deveria ter sido feito. A sociedade reconhece o valor dos nossos “Garis e Margaridas”, e nada do que a administração falar contra eles a sociedade acredita porque eles são muito queridos por nossos munícipes.

O JORNAL - O SISPUL é muito conhecido, principalmente, através das ações realizadas nas áreas de educação e obras. Além dessas duas o que mais vem sendo realizado pelo sindicato em prol dos funcionários de outras repartições?

MÔNICA SIMÕES- A demanda da educação é muito grande, porém o SISPUL sempre foi visto como o sindicato dos professores, principalmente, por ser uma diretoria só de professores e isso acaba refletindo. Dentre nossas ações temos procurado dar o melhor em relação aos outros setores como na saúde, por exemplo, que estamos com mais de 40 processos de insalubridade só para serem julgados. Temos tentado também divulgar aos servidores que estamos com uma minuta de estatuto dos servidores municipais que interessa a todos os servidores, só que não podemos atuar numa área que não conhecemos a necessidade, esperamos agora darmos uma melhorada nesses ramos com a nova diretoria que espera ser eleita em 05 de abril onde iremos encontrar servidores de todas as áreas, se eleita será uma diretoria bem mista, cada um vai atuar em sua área, temos uma equipe só para educação, uma para urbanismo e outra para saúde .Porém o interesse maior tem que partir dos servidores, o sindicato não pode atuar em uma área que não esta sendo pleiteada por ninguém, até porque o sindicato não representa o servidor apenas coletivamente, mas, individualmente também.

O JORNAL – Muitas vezes representantes do Poder Público Municipal vinculam a imagem do sindicato a de grupos de oposição. O que você pensa disso? E você não acha que o fato de ter participado ativamente de campanhas políticas em favor de grupos oposicionistas de certa forma pode ter influenciado para que alguns funcionários ainda não tenham se filiado ao Sindicato?

MÔNICA SIMÕES - Isto é uma forma de afastar o servidor público do sindicato. Quando os servidores de fora chegaram ao município acabaram de uma vez por todas com essa história, afinal não sabemos o partido deles. Hoje temos um número bem dividido entre sócios de partido a ou b e os servidores de fora. Só existe partidarismo quando um só é prejudicado, agora quando todos são prejudicados acabam com o partidarismo. Um exemplo disso aconteceu ano passado quando a Secretaria de Educação aumentou a carga horária dos servidores técnicos administrativos e todos foram ao sindicato em busca de solução sendo eles de partidos a ou b. Outro ponto relevante é que a administração tem perseguido os sindicalistas, como aconteceu por exemplo, na secretaria de urbanismo. Recentemente se ouviu falar que teria um livro de ponto só de quem fossem associados ao sindicato. Na educação os descontos arbitrários dos funcionários que participam de movimentos sindicais são, portanto, uma forma de calar e perseguir. Estamos num momento crítico em que pessoas que mostrarem que algo esta errado é tido como oposição partidária, eu não tenho nenhum peso na consciência em relação a isso até porque sempre soube separar as coisas. Se fizermos uma retrospectiva no SISPUL vamos lembrar que a ex- Presidente Sônia Amorim em sua atuação passou pelas mesmas coisas que passamos hoje era mal vista e criticada como sindicato de oposição pelos gestores anteriores ao Prefeito atual, mas nem por isso deixou de fazer um brilhante trabalho. Nós vamos continuar fazendo o mesmo, não interessa a ninguém minhas decisões políticas partidárias são pessoais, agora minhas decisões sindicalistas são tomadas com todos os servidores que se fazem presentes nas assembleias, agora se os servidores não vão às assembléias e ficam criticando então essas críticas pra mim não interessam, temos a certeza que queremos o melhor e isto é o suficiente. E tenho a absoluta convicção que nossos sócios que são atuantes sabem que somos uma entidade séria que mesmo diante das dificuldades estamos escrevendo uma história diferente.

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